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quarta-feira, 11 de agosto de 2010

VOCAÇÃO DOMINICANA - fr. Manoel Borges da Silveira, OP

Cada Ordem ou Congregação dentro da Igreja tem sua maneira de ser e seu apostolado prioritário. Encontramos em um Decreto de Paulo VI: “O seguimento de Cristo proposto no Evangelho, norma última da vida religiosa, seja para todos os Institutos a regra suprema” (A Atualização dos Religiosos de 28-10-65, nº 1220). Após o Vaticano II o papa pedia um “retorno às fontes de toda vida cristã e a inspiração primitiva e original dos Institutos”. Uma volta às fontes na atualidade.
No caso dos Dominicanos, Ordem dos Frades Pregadores, o carisma (característica própria de cada família religiosa) está baseado em quatro pilares, a partir dos primeiros Capítulos Gerais, após o Concílio: Vida Comum, Estudo, Oração e Pregação. Todos estes elementos estão desmembrados em outros no § IV da Constituição Fundamental da Ordem: “unânimes na vida comum, nas celebrações - sobretudo da Eucaristia e do Ofício Divino – e na oração, assíduos no estudo, perseverantes na observância regular”.
Pregação dominicana não é só fala, exige um entrosamento profundo dos elementos citados. Inserção e atuação na realidade de nosso povo, estudo para poder atuar com competência, contemplação do mistério de Jesus Cristo e da sua Igreja, tudo isso deve ser realizado na comunidade dos frades, dos irmãos pregadores.
Couesnongles, quando Mestre da Ordem escreveu em sua mensagem à família dominicana, A Dimensão Contemplativa da Vida Dominicana:
“Quando alguém nos ouve falar distingue logo se o pregador fala do Amigo: “Já não chamo vocês servos... mas chamo vocês de amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai lhes dei a conhecer” (João, 15,15).
Conhecer as aspirações e as condições em que o povo vive. Conhecer o que ocupa o seu espírito, seu coração e seu imaginário. Como o Cristo "que teve compaixão da multidão".
O estudo na Ordem nos abre para a oração e a contemplação. Se a pregação está fraca é impossível promover os estudos. "O estudo assíduo alimenta a contemplação fomenta com lúcida fidelidade, o cumprimento dos conselhos evangélicos; pela sua continuidade e dificuldade, constitui uma forma de ascese, e é uma excelente observância enquanto elemento essencial de toda a nossa vida" (Constituição dos frades, Nº 83).
A necessidade vital da oração interior e silenciosa. São Domingos, esse equilibrado que, com seu rosto radiante pela presença de Deus e cheio de compaixão pela miséria do mundo...”
“Se a pregação está fraca...” se nossa presença na sociedade e juntos aos necessitados não se encaixa como busca de um mundo novo, de um verdadeiro anúncio do Reino ela está fraca. Não adianta o estudo. O estudo na Ordem deve ser feito sempre em cima da realidade. Abrir-se para a contemplação, estudo com toda comunidade, todos atentos à realidade do povo.
É o desafio da vida religiosa hoje, procurar o sentido da sua presença no mundo. O desafio da hora presente: viver em comum, colocar tudo em comum no meio de um mundo profundamente individualista e consumista.
Afinal, nada mais do que viver o espírito das bem-aventuranças. Entre elas, “Bem-aventurados os de coração puro...” para viver a vida na radicalidade exigida pelo Evangelho e aconselhada por Jesus.

Juiz de Fora, 28 de julho de 2010
Frei Manoel Borges da Silveira, o. p

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