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quinta-feira, 15 de abril de 2010

Sobre perseverança na vida espiritual

Vivemos em mundo bastante agitado (em alguns lugares mais, noutros, menos). E o agito não é só exterior, mas interior também. Muitas realidades podem nos desviar da busca pelo essencial.

Sabemos que o silêncio e a serenidade são condicionais para uma vida de oração (tenhamos isso em mente ao orarmos). Sabemos, ainda, que não há vida cristã sem oração. Aquele que pensa que para ser cristão bastam suas ações sociais, ou mesmo ser politizado, está completamente equivocado; também aquele que resume a vida cristã numa metafísica, ou ainda em um discurso que nada tem a ver com a vida das pessoas, também está errado. Somos chamados a buscar a justa medida, como nos lembra Santo Tomás, inspirado em Aristóteles. Também nos escreve Tomás, ao discorrer sobre as virtudes: elas não só nos fazem agir retamente, respeitando e amando o próximo, como nos melhoram, nos tornam mais humanos e cristãos; são o encontro da graça de Deus e da liberdade do ser humano, concorrendo para o bem.

Falamos, no parágrafo acima, da graça de Deus que se encontra com a liberdade humana. Na vida espiritual é preciso ser persistente (“teimoso”) e contar com a graça de Deus (sem Ele, nada podemos fazer, muito menos orar). Para ter bom condicionamento físico, é preciso horas de treino regular; para ter um bom aproveitamento nos cursos, também regularidade etc. Poderíamos dar muitos exemplos. Não é sem motivos que São Paulo usa a imagem do atleta para falar da vida cristã.

Portanto, também na vida espiritual é preciso regularidade, perseverança. Mesmo que não estejamos inspirados para rezar, no momento marcado devemos ir ao encontro de Deus, que nos fala por Sua Palavra. O amor exige fidelidade.

Ir à oração somente quando se quer é uma atitude infantil e, diria, até hedonista: não é uma atitude de filhos a de ir a Deus não por amor, mas por prazer, para nos “sentirmos bem”. A maior prova de amor é ir ao encontro de Deus mesmo sem vontade, sem ânimo, mas com perseverança, deixando-se atrair pelo Espírito de Deus.

Assim, continuemos, no dia-a-dia, a escutar o que Deus nos fala, de modo especial neste bonito tempo de discernimento vocacional.

Frei André Tavares, OP

Um comentário:

  1. Muito bom este texto!!!!

    Podemos perceber o quanto a oração deve ser exercida diariamente independente do nosso estado de ânimo.

    Acredito que deve ser um exercício de reconhecimento do amor incondicional e gratuito que Deus tem por nós. A oração é difícil de ser praticada nos momentos de aridez que passamos na vida, mas não devemos orar para que nos sintamos bem, mas para estar em constante contato com Deus.

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