A liturgia na Ordem dos Pregadores
frei
John Kennedy Martins
São Domingos, ao fundar a Ordem de Pregadores, quis antes que
seus frades tivessem uma vida de oração e de contemplação alicerçadas no estudo
das sagradas ciências. Nosso pai, com muita sabedoria, institui por vontade própria
que a celebração do oficio coral e da sagrada eucaristia fossem as fontes
principais da vocação dominicana.
São Domingos ao beber da tradição monástica de sua época no
tocante a liturgia e organização da vida dentro do convento, orientava seus
frades para que não dedicassem apenas o dia aos louvores divinos no coro, mas
que reservassem períodos para o estudo, pois para o frade pregador estudo e
oração são partes unidas, inseparáveis e constitutivas da vida dominicana.
Diferente da liturgia monástica, a liturgia dominicana se dá
na sobriedade, simplicidade, mas sem perder o seu caráter solene. Esse louvor
divino, por força das nossas constituições, não está apenas restrito aos
frades, mas a todo o povo de Deus, pois a liturgia dominicana é publica e essa
ação é de toda à igreja.
[...] Os irmãos devem celebrar publicamente a missa
conventual e o oficio divino. E, sendo a liturgia ação de todo o povo de Deus,
fomente-se a participação dos fiéis nas nossas celebrações(LCO, 58).
Por tanto, só podemos pregar se conhecemos aquilo do qual
temos a intenção de pregar, ou seja, só podemos falar com Deus ou de Deus aos
homens se antes temos uma vida de oração interior e espiritualidade, sendo essa
refletida em toda a nossa liturgia, pois a liturgia é apenas um reflexo de nossa
vida interior, porém não basta somente rezar, mas é necessário contemplar
através do estudo, que é uma forma de ascese na vida do frade dominicano.
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